Edy Star, pioneiro da liberdade artística, morre aos 87 anos
A causa da morte foram complicações clínicas que se agravaram nos últimos dias
Por Maria Fernanda da Silva Santos | 24/04/2025 17:05 - Atualizada às 24/04/2025 17:05
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Edy Star, pioneiro da liberdade artística, morre aos 87 anos
O cantor, ator e performer Edy Star morreu nesta quinta-feira (24), aos 87 anos, em São Paulo. Natural de Salvador, o artista estava internado em estado grave após sofrer um acidente doméstico na semana passada.
A causa da morte foram complicações clínicas que se agravaram nos últimos dias. Reconhecido como uma das figuras mais transgressoras e autênticas da cultura brasileira, Edy Star foi pioneiro na expressão da diversidade sexual e de gênero no cenário artístico, muito antes de esse tema ocupar espaço no debate público.
Ícone LGBTQIA+ e defensor da liberdade estética e comportamental, ele construiu uma trajetória marcada pelo rompimento de padrões e pela defesa da arte sem fronteiras.
Durante a internação, o artista enfrentava um quadro de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite. Apesar dos esforços da equipe médica, seu estado de saúde não pôde ser revertido.
Um dos marcos da carreira de Edy foi sua participação no lendário álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (1971), ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. O disco, considerado um manifesto de irreverência e crítica social, marcou gerações e consolidou o nome de Edy como símbolo da contracultura nacional.
Além da música, ele também brilhou nos palcos com atuações marcantes no teatro, entre elas a participação na versão brasileira do musical The Rocky Horror Show, que serviu de impulso para o lançamento de seu disco solo Sweet Edy.
Na década de 1990, mudou-se para a Espanha, onde viveu por quase 20 anos, atuando em produções teatrais e promovendo eventos em casas noturnas. Ao retornar ao Brasil, retomou a carreira com os álbuns Cabaré Star (2017), produzido por Zeca Baleiro, e Meu Amigo Sergio Sampaio (2023).
Sua história foi registrada em dois projetos recentes: um documentário ainda inédito e a biografia Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star, que explora sua personalidade provocadora e seu impacto na cultura nacional.
Edy deixou gravado um álbum em homenagem a Raul Seixas, parceiro de longa data. A equipe do artista busca agora apoio de fãs e admiradores para lançar o projeto por meio de financiamento coletivo.
